No que
concerne à gestão de resíduos sólidos urbanos no concelho da Nazaré, o que se
pode dizer é que o que, atualmente, se pratica é um modelo errado, errático e
sem estratégia definida, no médio-longo prazo, já que não é apto a rentabilizar
recursos, perecendo no aumento de taxas globais como medida de redução despesa.
Para que
melhor se perceba este “negócio” as câmaras municipais são intermediários no
encaminhamento de todos os resíduos produzidos pelos munícipes e / ou
visitantes. Assim, o pagador é sempre o alegado produtor e, da mesma forma, o
recetor destes resíduos é o cobrador das verbas provenientes do serviço
prestado. Contudo, este é um negócio bicéfalo, ou seja, gera despesa mas também
pode gerar receita e é nesta verdadeira gestão que se pode pagar mais ou menos
pelos resíduos produzidos.
No caso do
concelho da Nazaré a grande maioria dos resíduos foi destinada para aterro, ou
seja, não passível de seleção e valorização, o que significa que só no último
ano foram produzidos e encaminhados mais de 10 milhões de quilogramas de
resíduos para depositar em aterro, o que resultou no pagamento de uma verba a
rondar os 2,5 milhões de euros pelos munícipes do concelho de Nazaré. No
entanto, apenas foram direcionados para valorização futura, quinhentos mil
quilogramas, vinte vezes menor quantidade que a direccionada para aterro.
Curioso é verificar que este produto valorizável é uma receita da autarquia, no
entanto, esta não é uma aposta concreta da atual gestão autáquica.
Este é um
“negócio” em que a autarquia nazarena, enquanto maior produtor de resíduos da
região oeste, não pode descurar e assim afirmamos, de uma forma efetiva, que o
PS, enquanto gestor do destino políticos do concelho da Nazaré comprometer-se-á
a implementar um sistema de gestão de resíduos em que o primeiro objetivo é
aumentar, exponencialmente, o número de quilogramas de materiais valorizáveis,
já que muitos destes são encaminhados para aterro, sendo, desta forma, uma
despesa e não uma receita. Para isto suceder é imperioso estabelecer atividades
de formação e sensibilização da sociedade civil, industrial e comercial e para
isso é indispensável a parceria das corporações públicas e privadas,
comerciais, industriais, educativas, turísticas, de saúde, florestais, etc.
Esta é a forma de, primeiramente, englobar a sociedade num processo que é de
todos, pois de outra forma dificilmente se atingirão níveis de sustentabilidade
financeira, que a todos será prejudicial, principalmente, para os que mais
produzirem resíduos. Só assim se poderá implementar o princípio de
poluidor-pagador num processo que envolve todos os agentes políticos, sociais e
económicos.
in , Folha Socialista - PS Nazaré