Mar à Pedra

Mar à Pedra

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Por favor! - Não vão por aí...


As modas são cíclicas. É tão-somente esta a esperança de quem aguarda, pacientemente, por uma nova oportunidade. Não vou ter brandas nem medidas palavras nesta minha reflexão. Não porque não possa, mas porque não quero. 
Não admito que aqueles que ajudaram, com manobras ardilosas e subreptícias, a perpetuar um modelo autárquico na minha terra natal que só ajudou a alongar uma gestão danosa que privilegiava alguns em detrimento da maioria, venha agora se apresentar como impoluto e detentor de intocável credibilidade.
Foi assim, e assim seria se um projeto ambicioso e desprendido desses vícios passados, incorporado de gente de cara limpa, que nunca se envolveu em atos menos adequados a quem vive em sociedade, contra quase tudo e quase todos os que da política local se tem alimentado. Afinal o desígnio do profeta não se concretizou: "o PS só volta a ganhar comigo".
Se o eterno silêncio de alguns foi assustador durante anos, hoje entendo muito melhor o porquê de tais comportamentos.
Hoje sei quem danificava contadores de água para evitar consumos elevados; sei quem acumulou dívidas de milhares de consumo de água, saneamento e RSU; sei quem acumulou dívidas de largos milhares de euros de taxas de ocupação de via pública; sei quem auferia milhares em quilómetros nunca realizados. Sei mais do que deveria, não duvido. Até mais do que digo. Mas sei. O que mais me entristece é que são alguns destes "impolutos cidadãos" que agora censuram a gestão PS, enquanto em outros tempos nada diziam e nada faziam. Se seria entendível este comportamento em quem defendia a gestão criteriosa, ou seja, que seleciona os beneméritos com critério, não será intolerável verificar que estas vozes pertencem, supostamente, à mesma família política da atual equipa gestacionária? Nada mais falso. Afinal a tolerância agora é ZERO. Isto porque a complacência com as excentricidades de alguns não se coaduna com a legislação em vigor. Preciosidades dirão alguns, seriedade declaro eu. 
Estes "paladinos da derrota", doutos e reputados feitores do negativismo e presunção acumuladas, das quais só exala ódio e despudor. Quase fazem lembrar os testemunhados batismos no rio Jordão. Um mergulho e a pureza eis que surge, de novo, qual recém nascido a espernear, ainda roxo, nos primeiros segundos de vida.

Para estes é normal militantes se apresentarem contra o seu partido? É normal que eleitos por outras forças continuem a exercer o estatuto de militante? É normal que quem conseguiu perder eleições, quando ganhar era o mais fácil, agora surja como salvador? E os que bajulavam tudo e todos, mas no momento das urnas mostravam em surdina, com o ar de quem já enganou mais uns quantos, a intenção de voto na continuidade. Sim na continuidade! Ou acham que estes doutos da derrota alguma vez pretendiam a mudança, estando  protegidos na tão felpuda capa do compadrio? 
Será normal eu ter visto militantes do PS em campanha pelo partido do anterior executivo, lá está, porventura para perpetuar os tais favorzinhos, tantas vezes oportunos e originários de um silêncio confrangedor? Será normal abordar militantes para formar listas e mais listas com intuito de dividir eleitorado? O problema afinal foi só um: o PS voltou a ganhar, 20 anos depois, e os intérpretes eram diferentes. Volto a repetir: o PS ganhou na Nazaré e vossas excelências não votaram neste projeto. E eu, adepto de consensos, digo hoje sem pejo: Ainda bem que não votaram no PS. A vitória foi ainda mais saborosa e histórica. 
Há duas máximas que em política nunca corroborei, talvez por inocência, apesar de acreditar que se deve a compacência: a primeira que "os adversários estão lá fora, mas os inimigos estão cá dentro" e a segunda que "quem perdoa o inimigo às suas mãos há-de padecer". Cuidado camaradas que tenho instinto de sobrevivência. Não caio às primeiras. E quando caio não serei o último a caír. Afinal, o pior defeito do guerreiro é não respeitar o adversário. Sempre gostei que me substimassem. É a minha maior arma.
Comecei a falar de oportunidades perdidas. Perdem mais uma oportunidade: a de ficar em perpétuo silêncio aguardando que a grave poeira assente de vez e que a História se faça, como tem de ser feita, por vezes ocultando a verdade nas soturnas camadas compactadas e endurecidas da eternidade. Poderei fazer parte da história como muita coisa, mas jamais com epítetos transatos que me escuso a retratar.

Este é um conflito que reflete quase a antítese defendida por Sigmund Freund. Desta feita é o mais velho que quer matar o mais novo, tudo para conquistar o colo materno tão saudoso.

Só há um problema: felizmente eu tenho memória, e pelos vistos a grande maioria dos meus conterrâneos também. 

Os recentes "ataques" resultam do drama de quem pensa da seguinte forma: -"Bem nós perdemos sempre, mas como os outros perderam, agora para voltar ao poder só falta destruir quem lá está agora! Em política quanto pior melhor. Diz um curioso que ouve a tacanha retórica, em tom de desabafo: "Já me tinhas dito..."

Um último pedido: Respeitem quem, abnegadamente, de sol a sol, só pensa em salvar a sua terra do caos em que se vê mergulhada. Olhar para uma TV não faz do observador um técnico de TV. Há coisas para lá da tela. Muitas coisas, infelizmente, porque afinal "comeram tudo e não deixaram nada"...



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